sexta-feira, 20 de novembro de 2015

▶ Daniel Barros fala sobre a perfumaria brasileira

Como fã assumida das marcas do Brasil, eu não poderia deixar de assistir esse vídeo do Daniel Barros [www.egoinvitro.com.br] com a opinião dele sobre os perfumes nacionais.

E gostei dos argumentos que ele usou para defender seu ponto de vista:

Ele cita no início que a maioria dos perfumes brasileiros são imitações, o que é verdade, só não concordo que isso seja um problema propriamente dito.

Primeiro porque a maioria dos clientes de marcas como O Boticário e Natura não faz nem ideia de que os perfumes brasileiros são inspirados em importados. Para nós, que estamos nesse "mundinho" paralelo dos resenhistas, vendedores e colecionadores de perfumes, parece óbvio, mas sempre que converso sobre isso com alguém de fora, a pessoa fica totalmente assustada com a revelação. Alguns ainda ficam bravos, acham que estou mentindo só para depreciar a perfumaria nacional. Logo eu, que atualmente tenho pouquíssimos importados no meu armário e aceitaria passar o resto da vida usando só Phebo, Jequiti e Mahogany.

E para quem sabe que os perfumes do Brasil se inspiram em estrangeiros famosos, acho que isso é muito mais uma solução do que um problema. Pelo menos para nós das classe C, D, E… Nos enche de satisfação comprar à vista por R$ 80 uma fragrância que é parecida com uma de R$ 400, que só conseguiríamos comprar pagando em 5 ou mais prestações.

Sei que os contratipos brasileiros são um "problema" para um grupo muito pequeno de pessoas que esperam originalidade e autenticidade na nossa perfumaria, mas é uma minoria que não faz nem cócegas no mercado.

E vale citar a linha Ekos da Natura, exemplo mais popular que temos de uma perfumaria tipicamente brasileira. Até onde tenho conhecimento, é claro. Se forem imitações também, foram inspirados em perfumes que nunca conheci.

Concordo totalmente sobre a vergonhosa questão da colônia desodorante.

Concordo totalmente sobre as mentirosas propagandas que divulgam. Quem lê minhas resenhas da Jequiti já deve ter notado que vivo desmentindo as descrições e as classificações de "caminho olfativo", expressão usada pela marca.

No fim do vídeo, o Daniel faz quase um apelo dizendo que o brasileiro deveria ter mais tolerância às fragrâncias brasileiras inusitadas. Acho lindo, mas utópico. O objetivo do perfume é o bem-estar pessoal e não dá para forçar alguém a comprar ou usar uma fragrância com a qual ela não se sente bem. Simplesmente não dá.

Teria que ser feito primeiro um trabalho profundo e complexo para formação de público, de forma que as pessoas passassem a entender e gostar dessas fragrâncias tipicamente brasileiras. Só depois disso, essas pessoas passariam a comprar, usar, recomendar e assim as fragrâncias continuariam no mercado para dar identidade à perfumaria nacional.

Mas concordo que precisam existir outros incentivos à criação, seja em marcas de nicho ou em linhas específicas. E talvez a mudança na legislação sobre a "colônia desodorante" seja um bom começo.

Enquanto isso não é feito, a Jequiti tá aí "bombando" com suas 1001 versões de baunilha e seus "perfumes de famosos" inspirados em perfumes famosos. Não dá para lutar contra isso porque esse público sempre vai existir e vai "fazer dinheiro" para a empresa. Mas é possível criar novos públicos, explorar novos segmentos.

Continuemos sonhando e jogando ideias na internet, uma hora a indústria brasileira cata algumas delas.

Daniel, faça mais vídeos. Amei!

Até mais!

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