sexta-feira, 19 de junho de 2015

Perfume Kriska, Natura

Hoje é dia de falar sobre um floral frutal especiado brasileiro clássico. Lançado há 20 anos, ele já atravessou gerações.

A versão que vou comentar é a atual, a mesma da foto, com frasco lançado em 2013. Algumas clientes afirmam que desde 1995 essa colônia foi reformulada algumas vezes. Acho possível, mas não vou entrar na polêmica porque nem conheci o perfume nessa época.

A pirâmide olfativa que vou colocar aqui foi a que eu encontrei no site Fragrantica:

✓ Notas de topo:
notas verdes, cassis, groselha, abacaxi, bergamota, gálbano, ameixa, flor de laranjeira, pêssego, osmanthus, amora, damasco, cardamomo.
✓ Notas do meio:
jasmim, jacinto, tuberosa, rosa, ylang-ylang, lírio, frésia, lírio-do-vale, cravo, gardênia.
✓ Notas de base:
baunilha, âmbar, sândalo, almíscar, cedro, vetiver, benjoin, cumaru (fava tonka) e patchuli.

A quantidade de ingredientes dá uma boa ideia do efeito "explosivo" da colônia. Kriska está para a Natura assim como Floratta in Gold está para O Boticário, Far Away está para Avon e Angel está para Thierry Mugler

E a dramática abertura da fragrância já deixa bem claro que a intenção dela é causar, provocar, entontecer, incomodar e se fazer notada a todo custo. As notas estão todas ligadas em 220 Volts e é difícil dizer qual se destaca mais. Gosto da textura cremosa e suculenta das frutas, principalmente as amarelas e a ameixa, que estão bem doces. O apimentado cardamomo e o resinoso gálbano são decisivos porque deixam bem claro, desde o início, que se trata de um perfume para mulheres jovens, não para adolescentes e muito menos para crianças.

No corpo floral ainda sinto cardamomo e gálbano. Gosto muito da forma como eles lideram e harmonizam, garantindo à colônia adjetivos como adulta e sensual. Dentre as flores, todas brilham, mas tuberosa, cravo, gardênia e jacinto são as que meu olfato consegue captar melhor. E mesmo nessa fase floral, Kriska mantém uma textura cremosa e suculenta, como se fosse um milk shake de flores temperado com cardamomo.

A base de Kriska é almiscarada, confortável, aconchegante e em pouco lembra a exagerada abertura. Ainda sinto o cardamomo, mas não tanto o gálbano. Almíscar, benjoin, cumaru, patchuli e âmbar também são decisivos na composição do fundo. E o que me supreende nessa última camada é que algumas frutas da abertura - abacaxi, damasco e pêssego - têm rápidas aparições em algumas nuances.

E em uma quarta camada, que não é doce nem resinosa, a fragrância tem um gostoso acorde floral atalcado emborrachado com ylang-ylang, jasmim e lírio.

A fixação da colônia na minha pele é de 4 horas. Da abertura à base, a projeção vai de alta a curta. Já o rastro é longo, intenso e persistente.

Kriska Brilho no Natal de 2011: registro do blog Onde a Cinderela Perdeu o Scarpin.

Tive um frasco de Kriska entre 2006 e 2007, quando eu morava em Brasília. Era praticamente minha assinatura olfativa porque eu tinha poucos perfumes na época. Um dia, após ter comido em exagero, inventei de usar Kriska e passei muito mal. Fiquei com trauma do perfume e decidi me livrar dele, nem me lembro se vendi ou se dei para alguém. Só consegui escrever a resenha porque finalmente me recuperei do trauma.

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Bom cheiro!

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